Patrícia Duarte Soares - Psicóloga


Vamos entender o que é realmente LIMITE???

Patrícia Duarte Soares – Psicóloga Especialista em Desenvolvimento Infantil
                
Durante os anos que venho trabalhando com desenvolvimento infantil, tenho me deparado com uma procura crescente de pais buscando atendimento psicológico como forma de orientação para a educação dos filhos.  Por esta razão, resolvi aproveitar este espaço para escrever sobre o assunto.
                Neste primeiro momento, usarei um trecho de um texto extraído do Livro “Limites sem Trauma”, da autora Tânia Zagury, que fala sobre o assunto de forma pontual e esclarecedora.
  



O que é dar limites...


Dar limites é...


* Ensinar que os direitos são iguais para todos;

* Ensinar que existem outras pessoas no mundo;

* Fazer a criança entender que seus direitos acabam onde começam os direitos dos outros;

* Dizer “sim” sempre que possível e “não” sempre que necessário;

* Só dizer não aos filhos quando houver uma razão concreta;

* Mostrar que muitas coisas podem ser feitas e outras não podem ser feitas;

* Ensinar a tolerar pequenas frustrações no presente para que, no futuro, os problemas da vida possam ser superados com equilíbrio e maturidade ( a criança que hoje aprendeu a esperar sua vez de ser servida à mesa amanhã não considerará um insulto pessoal esperar a vez na fila do cinema ou aguardar três ou quatro dias até que um chefe dê um parecer sobre sua promoção;

* Desenvolver a capacidade de adiar satisfação (se não conseguir emprego hoje, continuará a lutar sem desistir ou, caso não tenha desenvolvido esta habilidade, agirá de forma insensata e desequilibrada, partindo , por exemplo, para a marginalidade, o alcoolismo ou a depressão);

* Evitar que seu filho cresça achando que todos no mundo têm de satisfazer seus mínimos desejos e, se tal não ocorrer, não conseguir lidar cem com a menor contrariedade, tornando-se, aí sim, frustrado, amargo ou pior, desequilibrado emocionalmente.






Dar limites não é...


* Bater nos filhos para que eles se comportem (quando se fala em limites, muitas pessoas pensam que significa aprovação para dar palmadinhas, bater ou até espancar);

* Fazer só o que vocês, pais e mães, querem ou estão com vontade de fazer;

* Ser autoritário (dar ordens sem explicar o porquê, agir de acordo apenas com seu próprio interesse, da forma que lhe aprouver, mesmo que a cada dia sua vontade seja inteiramente oposta à do outro dia, por exemplo);

* Deixar de explicar o ‘porquê’ das coisas, apenas impondo a ‘lei do mais forte’;

* Gritar com as crianças para que seja atendido;

* Deixar de atender às necessidades reais (fome, sede, segurança, afeto, interesse) dos filhos, porque você hoje está cansado;

* Provocar traumas emocionais (toda criança tem capacidade de compreender um “não” sem ficar com problemas, desde que, evidentemente, este “não” tenha razão de ser e não seja acompanhado de agressões físicas ou morais. O que provoca traumas e problemas emocionais é, em primeiro lugar, a falta de amor e carinho, seguida de injustiça, violência física, que, em geral, começa com a palmadinha leve no bumbum), humilhações e desrespeito à criança.

Espero que tenha contribuído e esclarecido alguns pontos sobre o que é e o que não Limites. Nos próximos meses ainda abordarei este assunto. Envie sugestões de temas pelo e-mail patriciasoarez@hotmail.com e até mais!




Fonte: Zagury, T. Limites sem trauma – construindo cidadãos. Rio de Janeiro: Record, 2001.

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